As propriedades químicas destes seres vivos tornam sua ingestão pouco recomendável. No entanto, em certos casos, é esse mesmo risco que os torna alimentos exóticos, caros e cobiçados. Alguns são tão comuns como as cerejas e outros, tão raros como o peixe Lagocephalus Sceleratus. A rã-touro da Namíbia e o baiacu são exemplo de dois dos pratos exóticos, extraordinários e muito perigosos da cozinha internacional.
Baiacu ou peixe-balão. É um prato emblemático e de grande valor na cozinha japonesa. Sob a preparação correta é um manjar. No entanto se não souber limpá-lo com a retirada de órgãos internos inteiros e intactos, pode facilmente causar a morte de seu consumidor por causa da ingestão da tetradotoxina, que está disperso no fígado, intestino, gônadas e pele do animal.
Devido ao risco que implica comê-lo, unicamente é permitido que seja preparado por chefs que recebem um certificado especial ao fazer um curso específico. A tetradotoxina causa paralisia muscular, afeta a fala, reduz a pressão arterial, produz convulsões, arritmias, deficiência mental e a morte. O primeiro sintoma de intoxicação é um leve adormecimento pouco antes da primeira hora após a sua ingestão.
Sannakji. Este é um prato coreano feito com pedaços crus de polvo temperados com gergelim e azeite de gergelim. Sua preparação é realizada com pequenos polvos ainda vivos que são picados, temperados e servidos. Ao chegar à mesa, o alimento continua retorcendo-se e seus tentáculos ainda funcionam.
O perigo é que os tentáculos succionem o interior da boca e garganta do comensal. Para evitá-lo, recomenda-se mastigar muito bem cada um dos bocados servidos. No entanto, há pessoas que gostam de sentir o movimento da comida dentro de suas bocas e engolem-na sem mastigar suficientemente.
Rã-Touro da Namíbia. É considerada um manjar em várias regiões da África. Contrário à tradição ocidental, segundo a qual devemos comer exclusivamente algumas partes da rã, na África costumam ingerir todo o animal. As secreções da pele destes anfíbios fazem muito mal para os rins. E falhas renais produzidas podem desencadear na morte.
Cerejas. Aparentemente inofensivas, estas frutas de sabor doce e preço elevado contêm
glicosídeos cianogenéticos em suas sementes que produzem um veneno poderoso conhecido como ácido cianídrico. Ao ser ingerida, esta substância causa uma paralisia respiratória letal. As mortes por ingestão de cerejas são raras; no entanto, é útil recordar não mastigar nem chupar suas sementes.
Peixe Lagocephalus Sceleratus. O peixe cabeça de lebre é da mesma família do nosso baiacu. Habitante do oceano Índico, é considerado um prato extraordinário em várias regiões da Ásia. Dizem que sua carne é muito saborosa; no entanto, assim como seu primo, sua pele e órgãos internos são altamente venenosos para as pessoas. Sua ingestão produz paralisia muscular, dificuldade respiratória e problemas de circulação seguido de morte.
Amêndoas. Trata-se de sementes de si mesmas, compostas de uma quantidade significativa de ácido cianídrico. O veneno mais popular do mundo costuma deixar, aliás um cheiro de amêndoas em suas vítimas fatais. A toxicidade destas sementes é eliminada ao esquentá-las. Pese a isso, as amêndoas selvagens que não foram processadas para seu consumo podem ser altamente venenosas e causar a morte. Ackee. Esta fruta originaria da Jamaica é deliciosa quando está madura, mas pode ser mortal se está verde. Em dois povoados localizados na região norte do Haiti, entre o mês de novembro do 2000 e março do 2001, foram registrados ao menos 80 casos de um fenômeno agudo caracterizado por vômitos contínuos, dores abdominais, perda da consciência, convulsões e, nos casos graves, a morte;como resultado de ingestão da fruta.
Champignons. Entre suas muitas variedades, há fungos que têm propriedades alucinógenas (chá de cogumelo) e outros que são venenosos, inclusive fatais. O que se recomenda é não ingeri-lo em seu estado silvestre, pois nem sempre é fácil distinguir uns dos outros. Como a cultura popular diz: - "Todos os cogumelos são comestíveis; alguns, uma vez só."
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